Muito tivemos de aprender nestes últimos dois anos. A pandemia obrigou-nos a reprogramar a nossa vida. Distanciou-nos e impôs-nos novas regras de relacionamento. Um retrocesso na nossa liberdade de escolha e de mobilidade que condicionou e diminuiu muitas atividades económicas. Com os contactos e a vida social reduzidos ao máximo, pelos sucessivos confinamentos, as empresas tiveram de pensar a sua comunicação de uma forma mais eficaz.
Segundo um estudo elaborado pela Dentsu o resultado dessa luta pela visibilidade representou um aumento global de investimento em publicidade de 10,4% relativamente ao mesmo período do ano anterior, traduzindo-se em cerca de 538 mil milhões o total do investimento em publicidade no mundo.
Quase todos os setores registaram um crescimento assinalável sendo os meios de publicidade exterior responsáveis por 14,6 % desse aumento.
Relevante é a descida de aproximadamente 4,4% em publicidade na imprensa escrita, tendo o setor TV verificado um crescimento de 7%.
Releva-se que este estudo apresenta valores calculados mundialmente sem olhar a mercados particulares. Em Portugal não há estudos feitos até ao momento. Sabemos, no entanto, pelo testemunho de grande parte dos associados que o ano de 2020 foi marcado pela falência e desaparecimento de muitas empresas (pequenas e médias, na sua maioria) o que diminuiu drasticamente a faturação e o volume de negócios das empresas de meios de publicidade exterior em Portugal*. Grande parte delas sobreviveu graças ao lay off simplificado.
A publicidade é o veículo de comunicação das empresas e atividades económicas para os cidadãos enquanto consumidores. Seja esse consumo de bens, serviços ou ideias parece inegável a eficácia dos meios de publicidade exterior nesta tarefa. A essa eficácia se deve a credibilidade conquistada no setor.
Uma postura responsável por parte das empresas operantes nessa área é também um dos fatores que tem contribuido para o crescimento do investimento e a confiança dos anunciantes. Essa postura deve ser defendida e reconhecida por todos.
A legislação e o respeito pela atividade, por parte do legislador e pelo poder político, devem acompanhar e corresponder a este esforço de responsabilidade social por parte das empresas.
Regrar com transparência e taxar com justiça e adequação aos valores praticados no mercado é o único caminho que trará à economia uma dinâmica de crescimento saudável preservando as empresas, o emprego e a riqueza que criam.
*Ver vídeo na homepage